A ciência constitui-se de corpos de conhecimento organizado, nos quais as classificações assumem uma tarefa indispensável. Mesmo que o senso comum seja capaz de organizar conhecimentos e de fazer classificações, a ciência distingue-se dele porque suas conclusões se baseiam em investigações sistemáticas, empiricamente fundamentadas pelo controle dos fatos. As explicações científicas são formuladas em enunciados gerais, alcançados pelo exame das diferenças e semelhanças das propriedades dos fenômenos, de modo que um número pequeno de princípios explicativos possa unificar um grande número de fatos.
O
conhecimento científico é uma conquista recente da humanidade, datando de cerca
de quatrocentos anos. No pensamento grego, ciência e filosofia achavam-se ainda
vinculadas e só vieram a se separar a partir da Idade Moderna, no século XVII,
com a revolução científica instaurada por Galileu.
A
ciência moderna nasce ao determinar seu objeto específico de investigação e ao
criar um método confiável pelo qual estabelece o controle desse conhecimento.
São os métodos rigorosos que possibilitam demarcar um conhecimento sistemático,
preciso e objetivo que permita a descoberta de relações universais entre os
fenômenos, a previsão de acontecimentos e também a ação sobre a natureza de
maneira mais segura.
A
partir da modernidade, as ciências se multiplicaram, buscando cada uma delas
seu próprio caminho, ou seja, seu método. Cada ciência torna-se, então, uma
ciência particular, pois delimita um campo de pesquisa e procedimentos
específicos. Cada uma privilegia setores distintos da realidade: a física trata
do movimento dos corpos; a química, da sua transformação; a biologia, do ser
vivo etc. Recentemente, a partir do século XX, constituíram-se as ciências
híbridas, como a bioquímica, a biofísica, a mecatrônica, a fim de melhor
resolver problemas que exigem, ao mesmo tempo, o concurso de mais de uma
ciência.
As
conclusões a que chegam os cientistas são avaliadas pelos seus pares, que
pertencem a uma comunidade intelectual encarregada do constante exame crítico
desses resultados. Uma comunidade científica pode ser entendida como o conjunto
dos indivíduos que se reconhecem e são reconhecidos como possuidores de
conhecimentos específicos na área da investigação científica.
Até
pouco tempo atrás as grandes realizações científicas eram fruto de gênios
individuais, enquanto hoje em dia, cada vez mais, o trabalho da ciência é feito
em equipe.
Referência
ARANHA
& MARTINS. Filosofando: introdução à
Filosofia. São Paulo: Editora Moderna, 2009.p.345
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