Filosofia política é o estudo de
como organizamos nossas sociedades — o modo como realmente o fazemos e o modo
como poderíamos fazê-lo para torná-las melhores. Todos conhecem os conceitos - chave
da política: liberdade, igualdade, justiça, direitos etc. O desafio da filosofia
política é descobrir o que esses termos de fato significam e o que podemos
fazer para colocá-los em prática de modo articulado. (Stephen Law – Filosofia)
Há também um sentido pejorativo
de política, quando pessoas desencantadas, devido às denúncias de corrupção e
violência, associam indevidamente política à “politicagem”, falsa política em
que predominam os interesses particulares sobre os coletivos.
Afinal, de que trata a política?
É portanto necessário,
para um príncipe que deseje conservar o poder,
aprender a não ser bom e a usar disso,
ou não usar,
segundo a necessidade.
(Maquiavel)
A política é a arte de governar,
de gerir o destino da cidade. Explicar em que consiste a política é outro
problema, pois, se acompanharmos o movimento da história, veremos que essa
definição toma nuanças as mais diferentes conforme a época, assim como variam
as expectativas a respeito de como deve ser a ação do político.
O fundamento do poder político
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Aristóteles (384-322 a.C.):
Afirmava que homem é um ser social. A organização social que corresponde à natureza humana é a de pólis (cidade-estado grega). O objetivo da vida social é-a realização do bem comum de seus organizadores (cidadãos).
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Jean Bodin (1530-1569):
Defendia o conceito do soberano perpétuo e absoluto. Afirmava ser a monarquia não tirânica o regime social mais adequado à natureza das coisas.
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Thomas Hobbes (1588-1679)
instinto natural de sociabilidade.
Por isso, cada homem encara seu semelhante
como um concorrente (homem lobo do homem).
Para dar fim à brutalidade da vida social,
os homens firmaram um contrato pelo
qual cada um transferiu ao Estado (Leviatã) seus
poderes de governar a si próprio.
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Jean-Jacques Rousseau
(1712-1778)
Defendeu que o único fundamento
legítimo para o poder político é o pacto social, pelo qual cada cidadão, como
membro de um povo, concorda em submeter sua vontade particular à vontade geral
— que deve ser a fonte de soberania do Estado.
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Marx (1818-1883) e Engels (1820-1895):
Para eles, o Estado surgiu com as desigualdades sociais, marcando o conflito entre explorados e exploradores. O Estado procura amortecer o choque desses conflitos. Rejeitam a teoria do Estado como simples mediador das lutas de classes. Concebem o Estado como instrumento do domínio de classe. Na sociedade capitalista, esse domínio identifica-se diretamente com a “proteção da propriedade privada”.
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Poder e força
Para que alguém exerça o poder, é preciso que tenha força, entendida como instrumento para o exercício do poder. Quando falamos em força, é comum pensar-se imediatamente em força física, coerção, violência. Na verdade, este é apenas um dos tipos de força.
Assim diz o filósofo francês Gérard Lebrun:
Se, numa democracia, um partido tem peso político, é porque tem força para mobilizar um certo número de eleitores. Se um sindicato tem peso político, é porque tem força para deflagrar uma greve. Assim, força não significa necessariamente a posse de meios violentos de coerção, mas de meios que me permitam influir no comportamento de outra pessoa. A força não é sempre (ou melhor, é rarissimamente) um revólver apontado para alguém; pode ser o charme de um ser amado, quando me extorque alguma decisão (uma relação amorosa é, antes de mais nada, uma relação de forças; conferir as Ligações perigosas, de Laclos). Em suma, a força é a canalização da potência, é a sua determinação. E é graças a ela que se pode definir a potência na ordem nas relações sociais ou, mais especificamente, políticas. (1981.p.11-12)
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